quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Semana ARP - W3Haus

Assim como fiz no Festival de Gramado, vou postar um resuminho do que mais estou gostando na Semana da Arp. Por incrível que pareça, esse evento que temos em Porto Alegre, que não tem a pretensão de ser nacional, consegue nos ensinar muito mais sobre publicidade, novas tecnologias, mercado e tudo aquilo que interessa ao povo da comunicação do que o Festival Nacional de Gramado. As palestras de Gramado ficaram muito restritas à apresentação de cases, sem quase gerar ou transmitir conhecimento, com exceção àquelas que postei aqui e aqui.

O destaque de hoje, e de toda semana até o momento é, com certeza, a palestra-não-palestra da W3HAUS. Muita gente começa palestras convidando a plateia a participar, mas nós bem sabemos que, principalmente quando o público é composto por estudantes, a participação é reduzida. A W3 conseguiu resolver esse problema e fez de suas duas horas um momento colaborativo, com espaço para diálogo e reflexão.

Não sei se a ideia dos caras era aumentar a interação entre público e palestrantes (foram 10), mas funcionou. Tudo por causa do formato que eles inventaram: uma palestra-Twitter. Todas as cadeiras do auditório do Instituto Goethe foram equipadas com três folhas de papel: numa estava escrito RT:, na outra @ e na terceira #fail. Assim a plateia poderia concordar com alguma afirmação, pedir para fazer uma colocação, ou discordar do que alguém disse, respectivamente.

A participação do público foi ótima, mas melhor do que isso, foi o que essa participação gerou. Como tudo que é feito em conjunto, a palestra foi riquíssima em ideias, argumentos e insights sobre o nosso negócio. Muito se falou em Twitter, claro, e muito sobre o que funciona ou não quando se tenta fazer com que o receptor fale pela sua marca. E é daí que sai, para mim, a principal contribuição da palestra.

Acredito que, pela primeira vez, temos a possibilidade e a necessidade de realmente conhecermos nossos públicos. Nessa mania de virais e seeding, estratégias que, com muita facilidade, são negativas para as marcas, como saber o que é relevante e para quem? Quando se fazia apenas comunicação de massa, sem a participação do público, a disseminação estava garantida pela quantidade de inserções. Quando se fala em web, a viralização da informação depende da aceitação das pessoas e de sua disposição em passar o que viu adiante.

É preciso entender o que faz com que as pessoas desejem compartilhar informações e experiências e, para isso, precisamos entender o que as motiva, o que as toca, precisamos entender de gente. Não nos basta um comercial emocionante e uma inundação de mídia externa. Precisamos saber o que interessa ao nosso público, falar menos e ouvir mais o que ele tem a nos dizer. Como o Marcelo Tas disse na sua palestra, também hoje, as marcas têm que aprender a ouvir.

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