O destaque de hoje, e de toda semana até o momento é, com certeza, a palestra-não-palestra da W3HAUS. Muita gente começa palestras convidando a plateia a participar, mas nós bem sabemos que, principalmente quando o público é composto por estudantes, a participação é reduzida. A W3 conseguiu resolver esse problema e fez de suas duas horas um momento colaborativo, com espaço para diálogo e reflexão.
Não sei se a ideia dos caras era aumentar a interação entre público e palestrantes (foram 10), mas funcionou. Tudo por causa do formato que eles inventaram: uma palestra-Twitter. Todas as cadeiras do auditório do Instituto Goethe foram equipadas com três folhas de papel: numa estava escrito RT:, na outra @ e na terceira #fail. Assim a plateia poderia concordar com alguma afirmação, pedir para fazer uma colocação, ou discordar do que alguém disse, respectivamente.
A participação do público foi ótima, mas melhor do que isso, foi o que essa participação gerou. Como tudo que é feito em conjunto, a palestra foi riquíssima em ideias, argumentos e insights sobre o nosso negócio. Muito se falou em Twitter, claro, e muito sobre o que funciona ou não quando se tenta fazer com que o receptor fale pela sua marca. E é daí que sai, para mim, a principal contribuição da palestra.
Acredito que, pela primeira vez, temos a possibilidade e a necessidade de realmente conhecermos nossos públicos. Nessa mania de virais e seeding, estratégias que, com muita facilidade, são negativas para as marcas, como saber o que é relevante e para quem? Quando se fazia apenas comunicação de massa, sem a participação do público, a disseminação estava garantida pela quantidade de inserções. Quando se fala em web, a viralização da informação depende da aceitação das pessoas e de sua disposição em passar o que viu adiante.
É preciso entender o que faz com que as pessoas desejem compartilhar informações e experiências e, para isso, precisamos entender o que as motiva, o que as toca, precisamos entender de gente. Não nos basta um comercial emocionante e uma inundação de mídia externa. Precisamos saber o que interessa ao nosso público, falar menos e ouvir mais o que ele tem a nos dizer. Como o Marcelo Tas disse na sua palestra, também hoje, as marcas têm que aprender a ouvir.
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